O espectáculo continua
O governo Santana / Portas já não nos consegue surpreender, a não ser na diversidade de anedotas com que, todos os dias, nos presenteia. Ultimamente tem apresentado a versão “O que hoje é verdade amanhã é mentira”. A sua capacidade criadora é tão grande que, rapidamente, uma anedota fica desactualizada. Um livro em que fossem compiladas todas as frivolidades que este governo gerou, apenas em quatro meses, corria o risco de ir parar ao top de vendas deste Natal. Mas o autor ainda ficaria com a garantia de poder aprontar outro até ao fim de Fevereiro…
No dia 15 de Dezembro de 2004, sabíamos que o Governo se preparava para vender, por ajuste directo, 65 imóveis do Estado, alguns deles, de grande valor arquitectónico e situados em zonas nobres de Lisboa e Porto. Esta alienação do património de todos nós, feita à pressa, tinha como fim obter os milhões de euros para equilibrar as contas públicas e ficar bem visto perante os senhores de Bruxelas.
Como esses equipamentos imobiliários tinham que continuar a ser utilizados por vários serviços do Estado, a solução seria passar a pagar uma renda aos novos proprietários, provavelmente, estrangeiros.
Mas os noticiários das treze horas do dia seguinte (16 de Dezembro) comunicavam que, afinal, os imóveis já não iriam ser vendidos mas, sim, cedida a sua exploração… É um fartote!
Consta mesmo (a sério!) que as barafundas criadas por este governo são tema frequente na comunicação social estrangeira.
O problema é que estamos todos a pagar dos nossos bolsos e, por que preço, o espectáculo com que quotidianamente somos brindados. É isto que cada português deve ter presente, quando for depositar o seu voto no próximo dia 20 de Fevereiro. Se desejar que as mesmas cenas continuem, só tem de escolher um dos actuais protagonistas da maioria de direita. Se quiser garantir o fim das nefastas políticas neoliberais que, todos os dias, acrescentam, em média, 400 novos desempregados, só pode confiar no Bloco de Esquerda já que sabem o que esta formação política defende, sem qualquer margem de dúvidas.
Um voto só é útil se for para quem dê garantias de cumprir aquilo que propõe, e não para quem nos vá dar mais do mesmo, ainda que com uma roupagem dita de esquerda…É bom estar alerta e não esquecer a chamada “Terceira Via” de Blair que parece ter seguidores em Portugal.
Luis Moleiro
domingo, dezembro 19, 2004
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